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“Áudio clandestino, irregular e criminoso”, diz Kalil sobre áudios entregues na CPI da Câmara de BH

A sessão de acareação com o ex-presidente da BHTrans, Célio Bouzada, esquentou o clima político de Belo Horizonte nesta quinta-feira (21). Na reunião, o ex-chefe de gabinete do prefeito, Alberto Lage, entregou áudios gravados em que o prefeito Alexandre Kalil (PSD), supostamente, indicaria que o advogado Hermes Vilchez Guerrero é ligado à defesa do ex-presidente da BHTrans e o defensor seria pago por empresários de ônibus.

Hermes Guerrero foi indicado nesta quinta-feira (21) para ser membro do Conselho de Ética Pública da Prefeitura, substituindo a advogada Misabel Derzi. Mudança que foi questionada pelo vereador Gabriel Azevedo (sem partido). O vereador chegou a chamar Célio Bouzada de “criatura abominável” e disse que “há algo de podre na Avenida Afonso Pena 1212 (sede da Prefeitura de Belo Horizonte)”.

Antes de mostrar o áudio à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, o ex-chefe do gabinete de Kalil foi perguntado pelos vereadores se estava acompanhado de advogado. Ele disse que sim e que estava com um defensor ao lado, no escritório de Hermes Vilchez Guerrero. Alberto Lage, quem mostrou os áudios, disse que a conversa foi gravada em 18 de agosto, durante reunião com Alexandre Kalil.

A CPI da Covid chamou Célio Bouzada e Alberto Lage para depor frente a frente por conta do pagamento adiantado de vale-transportes a empresas de transporte público.

Pronunciamento do Kalil

Logo após o vazamento desses áudios, o prefeito de Belo Horizonte anunciou que concederia uma coletiva para se pronunciar. Kalil afirmou não ter medo da CPI e disse que as gravações estão fora de contexto. O político alegou que fez apenas uma suposição de que Guerrero havia sido contratado.

“O problema do áudio é que ele é distorcido e, quando for transcrito na Justiça, como será, todos vão ver que eu disse que eu pensava, que eu achava, que podia ser, que podia não ser, que um advogado do nível do doutor Hermes Guerrero poderia estar sendo financiado por alguém, como está transcrito claramente do áudio, de uma conversa particular com quem eu achava que era de confiança e fazendo meu juízo de valor de tudo o que estava acontecendo”, afirmou Kalil, em coletiva de imprensa na tarde esta quinta-feira (21).

Vereador quer impeachment

Representantes da Câmara Municipal de Belo Horizonte se revoltaram depois da entrega dos áudios na CPI e alguns vereadores se mobilizaram para tentar abrir processo de impeachment contra Alexandre Kalil.

O vereador Nikolas Ferreira (PRTB) chegou a dizer, em vídeo publicado no YouTube, que “não é somente uma questão de hipocrisia, de incompetência, mas uma questão criminosa. Afirmo isso com todas as letras e a gente vai dar os próximos passos para que, no mínimo, seja impeachment do prefeito Alexandre Kalil”, afirmou o político.

Líder da câmara prefere aguardar

Após entrega dos áudios à CPI, os vereadores se reuniram por mais de duas horas na tarde desta quinta-feira. Nely Aquino (Podemos), presidente da Câmara de Belo Horizonte, classificou como graves as denúncias apresentadas contra o prefeito Alexandre Kalil, mas disse que abertura de processo de impeachment contra Kalil depende do resultado final das CPIs que ocorrem na Câmara, tanto a da Covid quanto a da BHTrans.

“A Câmara Municipal de Belo Horizonte aguarda a apreciação dos relatórios de ambas as CPIs, as quais sabiamente vêm realizando trabalhos com a devida seriedade e transparência nas apurações dos atos supostamente ilícitos dos quais tiveram conhecimento, mantendo sempre resguardados os direitos ao contraditório e à ampla defesa dos investigados para, a partir daí, tomar as medidas que entender necessárias”, disse a presidente da Câmara.

 

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