Festival de cinema é atração de Barão de Cocais e Santa Bárbara na próxima semana
A edição de estreia do Festival Bárbara de Cocais – Cinema e Formação Humana- acontece entre os dias 21 e 24 de agosto, em diferentes locais, nos arredores da praça Monsenhor Gerardo Magela, em Barão de Cocais (MG) e no Parque Recanto Verde, em Santa Bárbara (MG), municípios a 98Km de Belo Horizonte.
A atração é um projeto artístico de longa duração, que tem a formação humana como questão primordial. O cinema é o meio para difundir aprendizagens e compartilhar conhecimentos. A arte de cuidar é o propósito dessa iniciativa cultural. O Festival foi lançado em 2022, com o objetivo de promover pesquisa, visitas, conversas, mostra itinerante e também uma escultura comunitária, o Bárbara de Cocais (#EC1).
A programação é gratuita e direcionada a todas as idades. Essa primeira edição terá uma sala temporária, onde serão exibidos filmes brasileiros e estrangeiros, com uma abordagem diversificada da formação humana. Com curadoria de Pablo Lobato e Gustavo Jardim, a mostra de cinema ocorrerá no salão paroquial do Santuário de São João Batista, em Barão de Cocais. As exibições combinam diferentes recortes do cinema contemporâneo, desde o popular ao documentário experimental, incluindo a pré-estreia do “Oroboro”, de Pablo Lobato.
A artista convidada Graziela Kunsch fará a instalação da Creche Parental Pública, na área externa do Santuário São João Batista.
O artista e cineasta Pablo Lobato explica a dinâmica dessa iniciativa cultural. “Bárbara de Cocais tece uma escuta ativa às singularidades locais. Ela trama gestos que, num alinhavo cuidador, se aproximam com curiosidade da formação humana. A vida, em sua qualidade regenerante, é o primeiro e último material desta escultura comunitária”, sintetiza Lobato.
Mostra de Cinema
A sala de cinema do salão paroquial do Santuário de São João Batista, em Barão de Cocais, terá três sessões diárias de quarta a sábado.
Entre os trabalhos que serão exibidos na mostra, figuram títulos nacionais, como “República” (2020), de Grace Passô, “Fantasmas” (2010), de André Novais Oliveira, “Nada” (2017), de Gabriel Martins, “Dos 3 aos 3” (2023), de Pablo Lobato, “Que horas ela volta?” (2015), de Anna Muylaert, “Últimas conversas” (2014), de Eduardo Coutinho, e “Terra deu, terra come” (2010), de Rodrigo Siqueira, e obras estrangeiras, como o japonês “Meu amigo Totoro” (1998), de Hayao Miyazaki, o francês “Tomboy” (2011), de Céline Sciamma, e o mexicano “Radical” (2023), de Christopher Zalla.
No encerramento da mostra, ocorre a pré-estreia do filme brasileiro “Oroboro” (2024), de Pablo Lobato: um documentário que acompanha as descobertas, dores e alegrias vividas por duas turmas de estudantes ao adaptarem para o teatro “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, e “A Flauta Mágica”, de Mozart. ”’Oroboro’ mostra a importância da experiência sensível em processos pedagógicos e, junto ao filme ‘Dos 3 aos 3’, motivou a criação da Escultura Comunitária número 1″, afirma o artista plástico e cineasta Pablo Lobato, idealizador e diretor artístico do Festival Bárbara de Cocais, que assina a curadoria de filmes ao lado do educador e pesquisador Gustavo Jardim.
Palestras e Oficinas
A programação de palestras inclui grandes nomes do pensamento brasileiro: a filósofa, psicanalista e poeta Viviane Mosé, que apresenta “Educação, criação e vontade”; a poeta, dramaturga, ensaísta e professora Leda Maria Martins, com “Nos espirais da formação humana”, e a psicóloga, professora e pesquisadora Virgínia Kastrup, em “Encontros com o cinema: o cuidado e o cultivo do comum”.
As palestras serão realizadas de quarta a sexta, no Cine Rex, em Barão de Cocais, sempre às 18h.
Na grade de oficinas, o cineasta, curador e educador Gustavo Jardim ministra a atividade “O Cinema ao Redor”, também no Cine Rex, em Barão de Cocais. Enquanto isso, a artista, escritora e professora Julia Panadés conduz “Desenho-Palavra em Movimento”, na Cozinha Escola, também em Barão de Cocais. O artista plástico e pesquisador Gandhy Piorski, por sua vez, oferece duas edições da oficina “A criança, os cinco sentidos e o brincar”, sendo uma no Cine Rex, em Barão de Cocais, e outra no Parque Recanto Verde, em Santa Bárbara.
As inscrições para as oficinas são gratuitas, e os formulários já estão disponíveis no Instagram do projeto: @barbaradecocais.
Creche Parental Pública
Sob a condução da artista convidada Graziela Kunsch, a Creche Parental Pública será instalada na área externa do Santuário de São João Batista entre quarta e sábado, permanecendo aberta ao público entre as 9h e as 17h.
Inspirando-se na abordagem pedagógica desenvolvida pela pediatra húngara Emmi Pikler (1902-1984), o espaço da creche é dividido em áreas de cuidado, onde adultos cuidam de bebês – áreas para trocas de fralda e roupa, área de dormir e área de comer, além de poltronas para dar colo, amamentar ou dar mamadeira – e uma grande área ao centro para o brincar, onde bebês são capazes de cuidar de si mesmos.
“A intenção é criar um espaço onde adultos, mais que ensinar bebês, possam aprender com bebês, aprender entre outros adultos e tornar possível que bebês aprendam por si próprios e também com outros bebês”, explica Graziela Kunsch.
Convidados presentes
Gandhy Piorski – artista plástico e pesquisador das práticas da criança. Teólogo e Mestre em Ciências da Religião.
Graziela Kunsch é artista e educadora.
Gustavo Jardim – cineasta, curador e educador. Diretor de filmes documentários, experimentais e videoinstalações. Mestre em Cinema e Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Doutor em Comunicação Social, também pela UFMG.
Leda Maria Martins – poeta, ensaísta, dramaturga e professora. Atua nas áreas de teatro, performance e estudos literários. Doutora em Letras/Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e Mestre em Artes pela Indiana University, EUA; com pós-doutorado em Performances Studies pela New York University, Tisch School of the Arts.
Virgínia Kastrup – doutora em Psicologia Clínica e Professora Titular do Instituto de Psicologia da UFRJ.
Viviane Mosé – filósofa, psicanalista e poeta. Graduada em Psicologia, especialista em Elaboração e Implementação de Políticas Públicas pela Ufes, mestra e doutora em Filosofia pela UFRJ.
Confira a programação do festival:
- 21/08 – Quarta-feira
8h – “Meu amigo Totoro” (1998), de Hayao Miyazaki
As irmãs Satsuki e Mei se mudam para o campo para ficar mais perto do hospital onde sua mãe está internada. Lá conhecem os Totoros, adoráveis criaturas místicas e alegres, que só podem ser vistas pelas crianças. Com eles, as duas irmãs viverão mágicas aventuras no campo. Duração: 86 minutos Classificação: livre
Trailer: https://studioghibli.com.br/filmografia/meu-amigo-totoro/
10h – “Fantasmas” (2010), de André Oliveira Novais
O fantasma da ex. Duração: 11 minutos. Classificação: 12 anos.
Imagens: https://www.youtube.com/@filmesdeplastico2741/videos
10h – “República” (2020), de Grace Passô
Um xamã descobre que o Brasil é um sonho. Nada da experiência que se tem do país é real e, a qualquer momento, seja lá quem estiver sonhando o Brasil pode acordar – e, assim, tudo o que nós vivemos e conhecemos sobre nossa nação pode acabar.
Duração: 15 minutos Classificação: 12 anos
10h – “Nada” (2017), de Gabriel Martins
Bia acaba de fazer 18 anos. O final do ano se aproxima e, com ele, o Enem. A escola e seus pais a pressionam para que decida em qual curso se inscrever, mas ela não quer fazer nada. Duração: 27 minutos. Classificação: 12 anos.
Imagens: https://www.youtube.com/@filmesdeplastico2741/videos
20h – “Radical” (2023), de Christopher Zalla
Em uma periferia mexicana contaminada por negligência, corrupção e violência, um professor frustrado experimenta um método radical e inovador para romper a apatia de seus estudantes e despertar sua curiosidade, seu potencial e até mesmo sua genialidade. Duração: 125 minutos. Classificação: 13 anos.
Trailer: youtube.com/watch?v=oBeg_C3L_G8
- 22/08 – Quinta-feira
8h – “Roda” (2021), de Francis Alys com Rafael Ortega, Julien Devaux e Félix Blume
Sobre a cidade de Lubumbashi, no Congo, paira o “mampala”: a pilha de escória da mina de cobalto Étoile du Congo, cujas encostas inferiores são hoje vasculhadas por caçadores de lítio que arriscam suas vidas para alimentar o mercado global de baterias. O filme se apoia em contrastes dramáticos: pequenas figuras brilhantes contra a vasta escuridão, como uma criança que mal consegue ver por cima do pneu que luta para empurrar morro acima. No entanto, a canção que as crianças inventaram para resolver problemas pós-industriais, “Empurrando, empurrando”, traz fé a esses jovens carregadores do futuro da República Democrática do Congo.
Duração: 9 minutos Classificação: livre
8h – “Das crianças Ikpeng para o mundo” (2001), de Kumaré Ikpeng, Karané Ikpeng e Natuyu Yuwipo Txicã
Quatro crianças Ikpeng apresentam sua aldeia respondendo a video-cartas de crianças da Sierra Maestra, em Cuba. Com graça e leveza, elas mostram suas famílias, suas brincadeiras, suas festas, seu modo de vida. Curiosas em conhecer crianças de outras culturas, elas pedem para que responda sua vídeo-carta. Duração: 35 minutos Classificação: livre
10h – “Últimas conversas” (2014), de Eduardo Coutinho
Último filme dirigido pelo documentarista Eduardo Coutinho. Nele, o cineasta entrevista diversos estudantes do ensino médio público no Rio de Janeiro, perguntando sobre suas vidas, sentimentos e expectativas para o futuro.
Duração: 85 minutos Classificação: 12 anos
Trailer: youtube.com/watch?v=-MQBpKePw54
20h – “Dos 3 aos 3” (2023), de Pablo Lobato
O documentário acompanha o crescimento de Ravi, dos três meses aos três anos de vida, a partir dos cuidados e do olhar atento da mãe, estudiosa da abordagem Pikler no Brasil. Ao longo da primeira infância do filho, Bianca coloca em prática o legado e os ensinamentos da pediatra vienense Emmi Pikler, onde o respeito à individualidade dos bebês, a promoção da autonomia através do brincar livre e a presença amorosa nos momentos de cuidados reforçam os vínculos e estimulam o pleno desenvolvimento motor, cognitivo, emocional e social da criança. Duração: 70 minutos Classificação: livre
Trailer: youtube.com/watch?v=Ts9s0etS_vw
- 23/08 – Sexta-feira
10h – “Que horas ela volta?” (2015), de Anna Muylaert
A pernambucana Val se mudou para São Paulo com o intuito de proporcionar melhores condições de vida para a filha, Jéssica. Anos depois, a garota lhe telefona, dizendo que quer ir para a cidade prestar vestibular. Os chefes de Val recebem a menina de braços abertos, porém o seu comportamento complica as relações na casa. Duração: 112 minutos Classificação: 12 anos
Trailer: youtube.com/watch?v=Dffs46VCJ_g
14h “Roda” (2021), de Francis Alys com Rafael Ortega, Julien Devaux e Félix Blume
Sobre a cidade de Lubumbashi, no Congo, paira o “mampala”: a pilha de escória da mina de cobalto Étoile du Congo, cujas encostas inferiores são hoje vasculhadas por caçadores de lítio que arriscam suas vidas para alimentar o mercado global de baterias. O filme se apoia em contrastes dramáticos: pequenas figuras brilhantes contra a vasta escuridão, como uma criança que mal consegue ver por cima do pneu que luta para empurrar morro acima. No entanto, a canção que as crianças inventaram para resolver problemas pós-industriais, “Empurrando, empurrando”, traz fé a esses jovens carregadores do futuro da República Democrática do Congo. Duração: 9 minutos Classificação: livre
14h – Da janela do meu quarto (2004), de Cao Guimarães.
Da janela do meu quarto eu vi uma rua de areia molhada e debaixo da chuva dois corpos de criança brigavam se amando e se amavam brigando. Duração: 5 minutos Classificação: livre
Imagens: vimeo.com/575192832
14h – Disque Quilombola (2012), de David Reeks, Gabriela Romeu e Renata Meirelles.
Crianças do Espírito Santo conversam de um jeito divertido sobre como é a vida em uma comunidade quilombola e em um morro na cidade de Vitória. Por meio de uma genuína brincadeira infantil, os dois grupos falam de suas raízes e revelam o quanto a infância tem mais semelhanças do que diferenças. Duração: 13 minutos Classificação: livre
14h – A menina espantalho (2008), de Cássio Pereira dos Santos.
Luzia mora no campo com seus pais e o irmão, Pedro. Quando Pedro começa a ir à escola, Luzia quer acompanhá-lo, mas é impedida pelo pai. Enquanto vigia um arrozal, ela busca outros caminhos para aprender a ler. Duração: 13 minutos Classificação: livre
20h – “Terra deu, terra come” (2010), de Rodrigo Siqueira
Memória e ficção se misturam na história do garimpeiro Pedro de Almeida, um dos últimos conhecedores dos vissungos, cantigas em dialeto cantadas durante os rituais fúnebres do interior de Minas Gerais. Duração: 89 minutos Classificação: 12 anos
- 24/08 – Sábado
10h – “Wolfwalkers” (2020), de Tomm Moore e Ross Stewart PARA TODAS AS IDADES
Em uma época de superstição e magia, quando os lobos são considerados criaturas demoníacas, Robyn, uma jovem aprendiz de caçadora, chega à Irlanda com seu pai para erradicar a última matilha. No entanto, ela se torna amiga de um deles.
Duração: 103 minutos Classificação: 10 anos
16h – “Tomboy” (2011), de Céline Sciamma
Laurie, uma menina de 10 anos com dificuldades de socializar, se faz passar por garoto para fazer amizade com as crianças da vizinhança, mas sua crescente conexão com a amiga Lisa acaba gerando uma crise de identidade. Duração: 82 minutos Classificação: 10 anos
Trailer: youtube.com/watch?v=bHOW6G0UKoQ
19h PRÉ-ESTREIA: “Oroboro” (2024), de Pablo Lobato
Em um vale cercado por arranha-céus, duas turmas de um colégio vivem processos imersivos ao adaptarem para o teatro “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, e “A Flauta Mágica”, de Mozart. O filme revela a intimidade das descobertas, dores e alegrias vividas na radicalidade da juventude. Duração: 81 minutos Classificação: 10 anos
Local:
Barão de Cocais (MG) e Santa Bárbara (MG)
Santuário de São João Batista (salão paroquial e pátio lateral)
Praça Monsenhor Gerardo Magela, 12, centro
Barão de Cocais
Cine Rex
Praça Monsenhor Gerardo Magela Pereira, 254, centro
Barão de Cocais
Cozinha Escola
Rua São Manoel, 326, centro
Barão de Cocais
Parque Recanto Verde (auditório)
Av. Raimundo Linhares, 430, São Vicente
Santa Bárbara
Créditos:
Foto: Divulgação