Finalista em Paris, brasileira abre o jogo sobre recuperação após quatro tumores nos ovários
A nadadora Beatriz Dizotti vai disputar a final da natação 1500m livre. A brasileira terminou a classificatória na sétima colocação e levou o Brasil pela primeira vez à final da categoria. Após o resultado, Bia falou sobre as dificuldades que teve que enfrentar no ciclo olímpico. Ela se recuperou de quatro tumores nos ovários.
“Quem estava próximo de mim sabe o que eu passei. Não foi fácil. Eu me questionei várias vezes. Às vezes, na vida, a gente se questiona muito. Não só na natação, mas em qualquer coisa que a gente faz”, iniciou Beatriz em entrevista à Cazé TV.
“Foram meses e meses não competindo tão bem, mas voltando a treinar cada vez mais forte. Eu até brinquei que muita gente fala sobre estar orgulhoso dos outros. Hoje eu estou orgulhosa de mim mesma”, afirmou.
“No começo de dezembro, eu descobri que meu teratoma no ovário tinha voltado. Uma semana depois eu operei de um tumor benigno no ovário. Eram quatro tumores, três no [ovário] esquerdo, um no [ovário] direito”, revelou a nadadora.
“Com um mês eu fui para a altitude. Com 45 dias, eu competi o Mundial de Doha [terminou na 12ª colocação]. Foram coisas muito seguidas uma da outra. Eu tava me recuperando de um e veio outra pancada. Eu descobri que eu ia ter que operar com minha médica falando: ‘Acho que você vai ter que tirar o ovário’ e eu falei, ‘o que eu faço?’”, completou a brasileira.
Após o desabafo, Bia revelou que já está recuperada da doença.
“No final deu tudo certo. Estou com meu ovário aqui. Estou numa final olímpica. Eu tenho o sonho de ser mãe. Estou aqui com minha família, com meu namorado, com meu avô, que curou de um câncer ano passado. Está todo mundo na arquibancada. Eu estou muito feliz”, finalizou emocionada.
Bia em Paris 2024
A brasileira Beatriz Dizotti disputará a final dos 1500m livre nos Jogos Olímpicos de Paris. Nesta terça-feira (30), a nadadora terminou em 7º lugar na fase classificatória e garantiu a presença do Brasil no final da prova pela primeira vez na história olímpica.
A brasileira ficou em terceiro na bateria de classificação que disputou. O tempo foi de 16min05s40. Dizotti começou atrás, mas se recuperou ao longo da prova e brigou pela segunda posição na eliminatória.
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Texto: Giovanna Rafaela Castro – Itatiaia
Foto: Reprodução Instagram